sábado, 30 de novembro de 2013

Vídeo 03 - Para quem quer fazer Wwoofing

Olás!

nesse vídeo dou algumas dicas básicas para se tornar um  voluntário em fazendas orgânicas e conto um pouco da minha experiência.

Abraços!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Vídeo 02 - As atividades nao muito agradáveis de um Wwoofer.

Oi pessoal!

O vídeo de hoje mostra um pouco das atividades mais "cabeludas"de uma fazenda. Nesse vídeo estou mostrando que a vida de um Wwoofer nao é só lindas paisagens e comer orgânicos todo o dia, tem muito trabalho também...

Só para constar, os donos da Fazenda nesse dia durante o jantar estavam comemorando o aniversário de casamento deles, e por isso fizeram um super Jantar com direito a um espumante francês (obvio) maravilhoso. Apesar do duro trabalho, tive minha recompensa. 

Hey!


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Vídeo 01 - Uma semana de Wwoofing na França

Olá pessoal,

Hoje fiz um pequeno vídeo sobre as atividades aqui da Fazenda na qual sou voluntário. É bem pequeno e explica um pouco da experiência até agora.

No proximo post nessa semana vou postar um pouco sobre o trabalho do voluntário, e claro das coisas boas que acontecem enquanto você está fazendo Wwoofing :)
Abraços!




terça-feira, 19 de novembro de 2013

Dia 03: Vive la France!

Dia 03: Jogo fa França!
Hoje nâo tem postagem porque a França está jogando. Elimitórias da copa do Mundo, se eles nâo vencerem este jogo estâo FORA da copa no Brasil, entâo preciso dar uma forcinha!

Aproveito o ensejo para convidar todos a curtir a página do WWoofing Brasil no facebook, lá vocês podem descobrir mais sobre esse programa de voluntariado.

https://www.facebook.com/pages/WWOOF-Brazil/453954184692112

Salut!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Wwoofing na França: Parte 02

Maçâ, abóbora, pimentâo, beringela e tomates verdes (mas nâo fritos)


Dia 02: Aqui vai, mais uma tentativa de expressar essa experiência no sul da França, sem legendas ou traduçoes simultâneas, deste pobre brasileiro friorento no inverno em uma fazenda orgânica (mas super hight tech). (Desculpem os erros de português, nâo tenho corretor e esse teclado está configurado sem acento algum, por isso vou colocando tudo manualmente)

O dia começa cedo aqui, o café da manha é super rapido (porém pao fresquinho e um chá maravilhoso, afinal estamos na França e aqui nao EXISTE comida ruim). eu acordo e tento olhar na janela a paisagem sem sucesso, já que no dia anterior nao conseguia ver nada por causa da escuridao e hoje o orvalho esta por todo o lado, inclusive na janela. 

Nos vestimos rapido. e antes de sair minha companheira voluntária alerta para levar um casaco de frio, já que nao estou mais no Brasil. Eu nao questiono e coloco o casaco mais pesado que tenho, apavorado com a idéia de sentir frio durante o dia. Ao por o pé para fora da casa sinto que já nao estou mais em Londres pelo simples fato do ar ser puro (e claro que nao avisto também nenhum onibus vermelho, ou sinto o cheiro de fish and chips). Pegamos um carrinho de mâo no armazem e algumas cestas, hoje é dia de colher! No caminho para os pés de maçâ uma chuva fina nos acompanha, e a paisagem ainda está encoberta pela neblina que permanece por grande parte do dia, me impedindo de ver as montanhas. 

Sabe quando você chega em um jantar, ou em uma festa e já estâo retirando os pratos e a comida, a fazenda no inverno é tipo isso... O frio está chegando entâo é hora de tirar tudo de fora e colocar pra dentro (até dentro da barriga se for o caso), para nâo perder nada. Começamos recolhendo as maças que estavam no châo, que nâo sâo boas o suficiente para serem vendidas, mas sâo ótimas para fazer geléia e suco, vinagre, doce... Como aqui nâo se usa fertilizantes, temos que escolher em as maças boas, e ficar algumas horas curvados procurando. Mas nâo estamos sozinhos, os três gatos da fazenda ficam fazendo companhia e miando o tempo todo em busca de carinho, aqui tenho uma foto que representa bem esse momento, com a Norma colhendo maças na posiçâo padrâo (encurvada com o balde na mâo) e o gato "ajudando" espontaneamente a manter suas costas quentes. 

Os gatos mais carentes da França estâo aqui, só pode. 

Depois de escolher as maçâs do châo, partimos para colher as que estao na árvore. Como já faziam algumas horas desde o café da manhâ começamos a comer um pouco da produçao... Maçâs organicas sâo definitivamente mais saborosas, e o legal daqui é que pude provar pelo menos 5 variedades diferentes de maças, sabores, cores e cheiros diferentes pra cada uma delas... Aqui comecei a sentir o peso da experiência. A Norma, como já está aqui há quase um mês, consegue coletar maças umas 2x ou 3x mais rápido que eu. Se tivesse uma Olimpiada na Fazenda (Fazendolimpcs ou Olimpofarm como disse pra ela) ela ganharia fácil na modalidade pegar frutas boas do châo, e eu claramente nem me qualificaria pras eliminatórias. 

Após a colheita das maças, fomos ver como era feito o suco de maça. Bem artesanal a prensa aqui da fazenda, deixando tudo mais autêntico e interessante. O suco é engarrafado e vendido na feira da cidade próxma todos os sábados, o consumo é todo local e nâo sobra quase nada de uma semana para outra. Tive a oportunidade de fazer alguns litros do suco e tomar alguns copos (para refrescar depois de subir de descer com o carrinho de mâo cheio de maçâs).

Após, Elise chamou a Norma e deu instruçoes específicas em francês para ela me traduzir. No meu pobre francês entendí que íamos conhecer 02 pessoas, e era pra fazer algo para elas, mas era para Norma me apresentar primeiro pois eles nâo me conheciam ainda. Eu quase entedí tudo... QUASE... as duas "pessoas"na verdade sâo os Asnos da fazenda, Pappiloum e Pinochio. Dois camaradas que parecem ser super simpáticos, mas segundo o pessoal aqui da fazenda, eles já se enfezaram com alguns voluntários no passado.
Um dos asnos da fazenda (acho que esse é o Pinochio, mas como eles sâo gêmeos nâo dá para saber de verdade rsrs... mas esse tem mais cara de mentiroso.)

Em seguida fomos para a estufa onde estâo os legumes. Parte da produçao é consumida na propria fazenda, o rest é vendido no mesmo mercado todo sábado. É interessante ver todo o trabalho que a comida demanda para chegar ao nosso prato. Já tive experiencia vendendo e comendo muita comida, mas nunca produzindo, e acho que é algo que todos devemos fazer um dia. Dar valor a isso é aprender que desperdício realmente nâo é algo bacana, e levando em conta que TODO desperdício de comida hoje se fosse evitado poderia acabar com a fome no mundo faz você pensar bastante nisso nâo? Hoje colhemos algumas abóboras, muitos tomates, pimentâo e berinjela. 

Tomates que colhí hoje pela tarde... depois de anos vendendo esses legumes na feira, chegou a hora de colher-los direto do pé, e comer alguns no meio do percurso...

Pois bem , fomos ao almoço onde conheci o resto da familia da Elise, sua filha e o marido que vieram almoçar conosco e trouxeram um belo bolo para dividir na sobremesa. Nâo preciso repetir que a comida aqui é sensacional, nâo é mesmo? Fazia tempo que nâo comia um Cous-Cous tâo bom, e claro, suco de maça a vontade na mesa e tomates na salada, das mesmas maças e tomates que eu colhí há algumas horas (quanto tempo leva sua comida pra chegar no seu prato desde que ela foi colhida??)

Fazemos 1h de descanso antes de voltarmos para a Fazendolimpics. Hora de comecar a desmontar as estufas,  trabalho que eu ainda vou levar alguns dias pra terminar. Nessa modalidade da Fazendolimpics acho que sou bom: exige força e nâo demanda muita habilidade detalhista como nas maçâs... desmontar é comigo mesmo. É incrível pensar que temos que fazer isso, desmontar toda uma estrutura gigantesca por 4-5 meses para montar de novo na primavera. Um esforço tremendo para garantir que o solo esteje pronto para receber novas sementes e que a estrutura nâo estrague com a chuva e a neve que pode cair por aqui. Mais incrível ainda é que a natureza faz isso sem precisar de toda estrutura... ela morre e nasce todos os anos com o inverno e a primavera. Imagine o tanto e energia que teríamos que usar para copiar essa maravilha que se chama primavera! Nâo precisamos fazer nada e as flores nascem, que depois geram frutos, para virarem sementes e aí começar tudo de novo.  Quem sabe se um dia realmente entendermos esse ciclo natural, nâo teremos que montar essas estruturas todos os anos para podermos nos alimentar??? Vale a pena refletir.


Odia termina com a chuva aumentando, Elise e Rax chegam da cidade com o carro cheio de lenha para abastecer o aquecedor da casa e ajudamos a descarregar, fico surpreso ao saber que tudo aquilo dá só para um mês de aquecimento (mais uma vez nâo fazemos idéia do quanto de materia prima usamos para nos mater vivos... em Londres o gás chega por um cano e você paga a conta do aquecimento no fim do mês, mas quantas árvores ou volume de lenha isso representa na real???)

No jantar Elise prepara um pâo caseiro e faz uma massa deliciosa para repor as energias. Fim do dia na fazenda... OPA!!! PERA AE!!! O PORQUINHO DO VIZINHO FUGIU!!! hahaha
Elise corre para me chamar, saio correndo e deixo esse texto que estava escrevendo. Quando chego, Rax já havia cercado o leitâozinho perto do celeiro e o vizinho ja vinha correndo dizendo para eu nâo me preocupar que ele pegava o fujâo (que bom, porque eu já estava de pijama e de chinelo, e lá fora estava um super frio).

Agora sim... posso descansar em paz sabendo que o leitâozinho está em casa hehehe... Mas estudar francês que é bom até agora NADA... mas acho que devo estar aprendendo algo por "osmose", pelo menos estou escutando bastante.

Pronto para o terceiro dia na Fazenda! Amanhâ explico melhor como funciona a fazenda aqui!

Meu nome é Herbert, treinando para as Fazendolimpcs e assim eu disse

HEY! 




Wwoofing na França! Parte 01.

Intro:
Pra quem nao sabe eu decidí ir para o sul da França ser voluntário em uma fazenda em um movimento chamado Wwoof (Worldwid Oportunities in Organic farms) que basicamente junta voluntário e fazendeiros organicos no mundo todo para trabalharem juntos... se vc quer saber mais entra no site oficial e se cadastre, nâo custa quase nada. http://wwoofinternational.org/ 

Pois bem. Estou mergulhando de cabeça nessa experiencia, e como alguns querem saber "qual é que é"a do Wwoofing vou fazer um mini diário aqui. A escolha do sul da França é pq quero aprender francês e fugir do frio de Londres e desestressar do Mestrado já terminado. Claro que é uma experiência nova, e por isso BOA, mas além de tudo acho que vai de encontro com quem sou hoje. Pra mim faz total sentido fazer isso hoje, por isso estou nessa. Aí vai o dia 01: 

DIario de bordo n.01: Apos um dia em uma fria e nublada Touluse, tomei um trem direto para Tarbes, uma cidadezinha a oeste dos Pirineus. O inverno aqui também mostra sua cara, com um frio de 07 C, e uma chuvinha fina, toda hora eu pensando como deve ser dureza esse trabalho na fazenda (levando em conta que eu nao tenho idéia ainda do que vou fazer exatamente, mas isso nao me assusta nada, eu gosto do incerto nessas ocasioes).
Chegando a Tarbes, ligo para Elise, a fazendeira de um telefone publico para avisar que ja cheguei na estacao como haviamos combinado, depois de alguns minutos tentando entender em frances que ela ia me buscar na frente da estacao, me assusto com o valor da ligacao: 4 Euros! Nao achei que ia ser tao caro! Mas tudo bem, pelo menos nao vou ficar perdido em Tarbes.
Desligo o telefone e comeco a buscar na mala algo pra comer, e ironicamente acho a maça que eu guardei pra mais tarde. Ironico porque estou indo trabalhar em uma fazenda de maças, pensei duas vezes antes de comer, já que acho que vou ficar enjoado de ver maças nesse mês. 
Após uns 20 minutos chega o carro de Elise, um desses carros tipo aquelas fiorinos com carroceria fechada branca. Eu avisto o carro e tenho quase certeza que é ela, já que todos os outros carros que param na estacao nao se parecem em nada com carros de fazendeiros. 
Ela passa por mim (eu nao sei que é ela, e ela nao sabe quem sou até entao) 
Como percebo que ela está procurando alguém na estacao vou em sua direçao e visto um belo sorriso, para dizer "Sim eu sou o quem vc procura"
Ela olha para mim e pergunta em frances se sou o "Herrrrrberrrt"(o "r"bem carregado no sotaque) 
E respondo em frances usando umas das poucas palavras que conheco: 
- Sim, como vc esta Elise? - - esse foi meu grande erro...
Ela ja lanca um:
- Ah! Você fala frances! que bom... e a partir daí já nao etendia MAIS NADA do que ela falou hahaha... até que tive que dizer. 
- Sorry! 
hahaha, foi engracado, acho que daqui pra frente vou tentar fazer menos sotaque frances, assim ninguem pensa que eu sou fluente ainda hahaha. 

Bom, a viagem até a fazenda foi tranquila, os dois no carro tentando se comunicar em 3 linguas, até achassemos as palavras que entendemos. Ela me mostra um castelo no caminho, a uns 5 min da fazenda, e coloca algumas musicas de um CD que pelo que entendí ela quem toca a guitarra em uma banda de rock junto com seu marido que toca o teclado... (espero que eu nao esteja enganado nessa traducao) 

A casa da fazenda nao podia ser diferente, os muros sao de COB (argila, terra e palha), linda decoracao campestre, tipica francesa. Sou recebido pelo marido de Elise, Monsieur Rax, super simpatico (ambos) me convidam a sentar e me apresentam uma outra Wwooffer (pessoa que está fazendo a mesma coisa que eu), da alemanha, a Norma, que já está aqui há 6 semanas. Norma já é Wwoffer experiente, veio pra ficar 3 semanas e acabou ficando o dobro ( o que me deixa animado, pois parece ser um bom lugar). 

O jantar é servido, deliciosa salada, uma sopa, e um cozido de vegetais... tudo orgânico cultivado alí na fazenda mesmo, ou pelos vizinhos. De certo a única coisa que parecia vir de um supermercado era o azeite balsamico na mesa. Pra sobremesa um iogurte preparado pela Elise e Norma, junto com (obviamente) geléia de maça do jardim da Elise. 

Eles mostram meu quarto e me dao a senha pra internet (só pq é fazenda nao precisa ser desconectado) e me ensinam as regras da casa, onde eles preservam a privacidade. Os voluntarios ficam na casa, mas em uma parte separada, o que eu concordo, especialmente se existe uma rotatividade muito grande de voluntários, o que atrapalha a privacidade do casal anfitriao, e claro, também dá um pouco mais de privacidade para os voluntários. 

Fim do dia, agora é descansar e aproveitar o friozinho (indesejado) pra dormir. Amanha café as 8h30, estou ansioso para ver os Campos de Elise verdes e começar o trabalho por aqui. 

Meu nome é Herbert e assim eu disse...
Hey!

Imagem da casa da Fazenda na França e a voluntária amiga Wwoofer Norma, de Leipzig - Alemanha.