segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Wwoofing na França! Parte 01.

Intro:
Pra quem nao sabe eu decidí ir para o sul da França ser voluntário em uma fazenda em um movimento chamado Wwoof (Worldwid Oportunities in Organic farms) que basicamente junta voluntário e fazendeiros organicos no mundo todo para trabalharem juntos... se vc quer saber mais entra no site oficial e se cadastre, nâo custa quase nada. http://wwoofinternational.org/ 

Pois bem. Estou mergulhando de cabeça nessa experiencia, e como alguns querem saber "qual é que é"a do Wwoofing vou fazer um mini diário aqui. A escolha do sul da França é pq quero aprender francês e fugir do frio de Londres e desestressar do Mestrado já terminado. Claro que é uma experiência nova, e por isso BOA, mas além de tudo acho que vai de encontro com quem sou hoje. Pra mim faz total sentido fazer isso hoje, por isso estou nessa. Aí vai o dia 01: 

DIario de bordo n.01: Apos um dia em uma fria e nublada Touluse, tomei um trem direto para Tarbes, uma cidadezinha a oeste dos Pirineus. O inverno aqui também mostra sua cara, com um frio de 07 C, e uma chuvinha fina, toda hora eu pensando como deve ser dureza esse trabalho na fazenda (levando em conta que eu nao tenho idéia ainda do que vou fazer exatamente, mas isso nao me assusta nada, eu gosto do incerto nessas ocasioes).
Chegando a Tarbes, ligo para Elise, a fazendeira de um telefone publico para avisar que ja cheguei na estacao como haviamos combinado, depois de alguns minutos tentando entender em frances que ela ia me buscar na frente da estacao, me assusto com o valor da ligacao: 4 Euros! Nao achei que ia ser tao caro! Mas tudo bem, pelo menos nao vou ficar perdido em Tarbes.
Desligo o telefone e comeco a buscar na mala algo pra comer, e ironicamente acho a maça que eu guardei pra mais tarde. Ironico porque estou indo trabalhar em uma fazenda de maças, pensei duas vezes antes de comer, já que acho que vou ficar enjoado de ver maças nesse mês. 
Após uns 20 minutos chega o carro de Elise, um desses carros tipo aquelas fiorinos com carroceria fechada branca. Eu avisto o carro e tenho quase certeza que é ela, já que todos os outros carros que param na estacao nao se parecem em nada com carros de fazendeiros. 
Ela passa por mim (eu nao sei que é ela, e ela nao sabe quem sou até entao) 
Como percebo que ela está procurando alguém na estacao vou em sua direçao e visto um belo sorriso, para dizer "Sim eu sou o quem vc procura"
Ela olha para mim e pergunta em frances se sou o "Herrrrrberrrt"(o "r"bem carregado no sotaque) 
E respondo em frances usando umas das poucas palavras que conheco: 
- Sim, como vc esta Elise? - - esse foi meu grande erro...
Ela ja lanca um:
- Ah! Você fala frances! que bom... e a partir daí já nao etendia MAIS NADA do que ela falou hahaha... até que tive que dizer. 
- Sorry! 
hahaha, foi engracado, acho que daqui pra frente vou tentar fazer menos sotaque frances, assim ninguem pensa que eu sou fluente ainda hahaha. 

Bom, a viagem até a fazenda foi tranquila, os dois no carro tentando se comunicar em 3 linguas, até achassemos as palavras que entendemos. Ela me mostra um castelo no caminho, a uns 5 min da fazenda, e coloca algumas musicas de um CD que pelo que entendí ela quem toca a guitarra em uma banda de rock junto com seu marido que toca o teclado... (espero que eu nao esteja enganado nessa traducao) 

A casa da fazenda nao podia ser diferente, os muros sao de COB (argila, terra e palha), linda decoracao campestre, tipica francesa. Sou recebido pelo marido de Elise, Monsieur Rax, super simpatico (ambos) me convidam a sentar e me apresentam uma outra Wwooffer (pessoa que está fazendo a mesma coisa que eu), da alemanha, a Norma, que já está aqui há 6 semanas. Norma já é Wwoffer experiente, veio pra ficar 3 semanas e acabou ficando o dobro ( o que me deixa animado, pois parece ser um bom lugar). 

O jantar é servido, deliciosa salada, uma sopa, e um cozido de vegetais... tudo orgânico cultivado alí na fazenda mesmo, ou pelos vizinhos. De certo a única coisa que parecia vir de um supermercado era o azeite balsamico na mesa. Pra sobremesa um iogurte preparado pela Elise e Norma, junto com (obviamente) geléia de maça do jardim da Elise. 

Eles mostram meu quarto e me dao a senha pra internet (só pq é fazenda nao precisa ser desconectado) e me ensinam as regras da casa, onde eles preservam a privacidade. Os voluntarios ficam na casa, mas em uma parte separada, o que eu concordo, especialmente se existe uma rotatividade muito grande de voluntários, o que atrapalha a privacidade do casal anfitriao, e claro, também dá um pouco mais de privacidade para os voluntários. 

Fim do dia, agora é descansar e aproveitar o friozinho (indesejado) pra dormir. Amanha café as 8h30, estou ansioso para ver os Campos de Elise verdes e começar o trabalho por aqui. 

Meu nome é Herbert e assim eu disse...
Hey!

Imagem da casa da Fazenda na França e a voluntária amiga Wwoofer Norma, de Leipzig - Alemanha.

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